Parágrafo Novo
Autódromo Internacional de Cuiabá
Jipeiros pioneiros e ralizeiros da nova geração em Chapada

Talvez o reconhecimento e a humildade sejam os valores mais admiráveis em dias tão difíceis vividos por uma sociedade bombarbeada diariamente por tanta violência, mesquinhez e individualismo.
E esses sentimentos vieram a tona no último sábado, durante um encontro entre a velha guarda do off-road em Mato Grosso, os jipeiros e a nova geração de ralizeiros; profissionais liberais apaixonados pela natureza e a aventura que cruzavam o estado a bordo dos velhos jeeps Willis nos anos 80 e 90, que se conhecem há mais de 30 anos, mas que por algum motivo não se viam há décadas.
O evento foi idealizado pelo veterano Sidney Barbosa, que após décadas residindo em outro estado, retornou à Mato Grosso e decidiu rever os amigos. A confraternização teve como palco o pátio de um posto de combustível, em Chapada dos Guimarães.
Lá estavam pioneiros como Adalberto Carvalho de Almeida – o Lebrinha, fundador do Rally Club de Mato Grosso (Racmat) e seu fiel navegador Nelson Luiz Rondon, Armando Dal Pizzollo e o irmão Nilton, Dejacir ‘Goiabinha’, Azeitona, Moacir Pires de Miranda, que competia de moto, entre tantos outros.
O almoço proporcionou também um encontro de gerações. Nelson Rondon (pioneiro na navegação, que usava uma máquina calculadora manual Facit, nos idos de 1988) conheceu André Godinho – ninguém menos que desenvolvedor do software e App (Cronorally) que hoje ronda o Brasil, ensinando ralizeiros a navegar.
“Na nossa época a coisa era mais romântica, tinha que fazer muitas contas”, brincou Nelson Rondon.
Antes da feijoada servida à todos, um momento de emoção marcou o evento. Após a foto posada que registrou todos os presentes, Lebrinha pediu para fazer uso da palavra e se emocionou.
“Vocês não tem idéia do quanto é importante isso aqui pra mim. É com muita alegria que estou aqui revendo velhos companheiros de Rally e lembrando quantas aventuras vivemos por esse nosso Mato Grosso, divulgando as belezas naturais e literalmente explorando esse estado de ponta a ponta. Estou muito emocionado e esse é um dos dias mais felizes da minha vida, obrigado por me proporcionarem isso”, declarou o veterano, de 75 anos que pilotou desde a primeira prova de regularidade no Estado, em 1988, até o final da década de 1990.
Que venham outros encontros, novas histórias e amizades.